O que significa o resultado BI-RADS 5 nos exames de mama?
O BI-RADS 5 é uma classificação de uma lesão visualizada em um estudo de imagem das mamas (mamografia, ultrassom e ressonância magnética) e indica a presença de uma lesão com alta suspeita de malignidade. Frente a este diagnóstico, muitas pacientes apresentam angústia, o que dificulta a aceitação e o manejo destas lesões. Neste artigo, vamos tentar desmistificar um pouco esta categoria de lesão com alguns pontos específicos.
O BI-RADS 5 é certeza de um câncer de mama?
Não. Na grande maioria das vezes, o BI-RADS 5 está relacionado ao câncer de mama. Cerca de 95% das vezes, o diagnóstico da lesão é compatível com câncer. No entanto, os outros 5% representam lesões benignas com mas aspecto de imagem altamente suspeitos, como por exemplo processos inflamatórios/ infecciosos e cicatriz radial. A importância da categoria 5 nestas lesões é que, quando o resultado for benigno, não devemos nos confortar. Muitas vezes, uma nova biópsia, um exame complementar ou o acompanhamento em um intervalo precoce deve ser indicado.
O BI-RADS 5 indica que minha doença é mais grave?
Não, a classificação BI-RADS é apenas uma padronização de termos para descrever uma lesão mamária. As lesões BI-RADS 5 tem maior suspeita para câncer do que a categoria 4. Não existe correlação direta entre a gravidade da lesão e a classificação BI-RADS.
Ou seja, temos que descartar a presença do câncer, que pode ser inicial (in-situ) ou agressivo, mesmo com um diagnóstico por biópsia percutânea (“core-biopsy”) negativo.
Após o diagnóstico de BI-RADS 5, o que devo fazer?
A paciente com este diagnóstico necessita de uma atenção especializada. É fundamental que a paciente procure um médico mastologista para orientá-la e manejar de forma individualizada a melhor conduta e tratamento para a lesão suspeita. Quanto mais precoce for a procura pelo médico especialista, maiores serão as chances de sucesso no diagnóstico e tratamento da lesão.
Apesar da alta suspeita de malignidade da categoria BI-RADS 5 nas lesões mamárias, o seu diagnóstico não deve ser encarado como uma tragédia. Mesmo porque, os tratamentos clínicos e cirúrgicos evoluíram muito nas últimas décadas. Estes tratamentos permitem cirurgias menos agressivas e com maior taxa de cura. A principal ação que devemos ter na presença deste diagnóstico é procurar um médico especialista que acolha e acompanhe a paciente durante todo o processo de diagnóstico, tratamento e cura.
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Texto escrito por:
Dr. Eduardo Fleury
Radiologista