O resultado BI-RADS® 2, que indica achados benignos na mama, é bastante frequente — e ocorre especialmente em grupos específicos de pacientes. Entender quem são essas mulheres pode ajudar a tranquilizar muitas pacientes e orientar condutas mais adequadas.
Mulheres em rastreamento de rotina: a principal maioria
A maior parte dos resultados BI-RADS® 2 ocorre em mulheres que realizam exames de rotina, como mamografia ou ultrassonografia para rastreamento do câncer de mama. Nesses exames, é comum identificar alterações benignas como:
- Cistos simples
- Linfonodos intramamários
- Calcificações vasculares ou grosseiras
Em muitas populações rastreadas, a maioria dos exames é classificada como BI-RADS® 1 (normal) ou BI-RADS® 2 (benigno), reforçando a prevalência desses achados tranquilos. [1-2]
Mamas densas e exames complementares
Mulheres com mamas densas têm maior probabilidade de receber um resultado BI-RADS® 2. Isso porque:
- A densidade dificulta a avaliação apenas pela mamografia.
- Exames complementares, como a ultrassonografia, são utilizados com mais frequência.
- Esses exames detectam com facilidade achados benignos pequenos, como cistos e fibroadenomas, levando a uma alta taxa de BI-RADS® 2. [1]
Acompanhamento de lesões BI-RADS® 3
Outro grupo comum que recebe essa classificação são mulheres em acompanhamento de lesões BI-RADS® 3. Quando essas alterações permanecem estáveis por dois anos ou mais, os protocolos recomendam reclassificá-las como BI-RADS® 2, pela confirmação indireta de benignidade. [3]
Mulheres com alto risco genético (BRCA1/2)
Mulheres com mutações genéticas como BRCA1 ou BRCA2 fazem parte de programas de rastreamento intensivo, com ressonância magnética anual. Nesses exames, muitos achados benignos são detectados — como linfonodos normais ou fibroadenomas —, o que também eleva a frequência de BI-RADS® 2 nesse grupo. [3]
Menor frequência em casos de suspeita diagnóstica
Em contrapartida, quando a paciente é encaminhada por um achado suspeito (como uma alteração palpável), a chance de um resultado BI-RADS® 2 é menor. Nesses contextos, os exames tendem a revelar lesões indeterminadas (BI-RADS® 3) ou suspeitas (BI-RADS® 4 ou 5). [4]
Em resumo
Os resultados BI-RADS® 2 são mais frequentes em:
- Mulheres em rastreamento de rotina
- Pacientes com mamas densas, que realizam exames complementares
- Casos em acompanhamento de lesões estáveis
- Populações de alto risco genético em monitoramento por imagem
São achados tranquilos, que não indicam risco de câncer e, na maioria das vezes, não exigem nenhuma investigação adicional.
Se você recebeu esse resultado, fique tranquila — mas lembre-se sempre de discutir o laudo com seu médico e manter o acompanhamento regular, de acordo com sua faixa etária e histórico familiar.
Fontes científicas:
- Barr RG, et al. AJR Am J Roentgenol. 2021;217(6):1313-1321.
- Chikarmane SA, et al. Acad Radiol. 2017;24(4):435-441.
- Warner E, et al. JAMA. 2004;292(11):1317-25.
- Hamy AS, et al. Eur Radiol. 2012;22(1):9-17.