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    Nos últimos anos, a ciência vem mostrando de forma cada vez mais clara a relação entre alimentação e risco de câncer. O que comemos diariamente não afeta apenas o peso ou a disposição, mas influencia também o desenvolvimento de doenças crônicas, entre elas o câncer de mama.

    Um dos pontos mais discutidos atualmente é o impacto dos alimentos ultraprocessados na saúde.

    O que são alimentos ultraprocessados?

    Ultraprocessados são produtos industrializados que passam por diversas etapas de processamento e levam ingredientes artificiais em sua composição. Eles costumam ter conservantes, corantes, adoçantes, aromatizantes e outros aditivos químicos, além de conter pouco ou nenhum alimento natural.

    Exemplos comuns incluem:

    • refrigerantes e bebidas açucaradas;
    • biscoitos recheados, salgadinhos de pacote, doces prontos;
    • embutidos como salsicha, presunto, peito de peru, mortadela;
    • pães de forma industrializados e cereais matinais açucarados;
    • refeições congeladas prontas.

    Embora sejam práticos e de fácil acesso, seu consumo frequente está relacionado a maior risco de doenças crônicas e câncer.

    Como os ultraprocessados aumentam o risco de câncer?

    O consumo frequente desses produtos pode afetar o organismo de diferentes maneiras:

    Aumento de peso e obesidade

    Fatores de risco conhecidos para o câncer de mama, especialmente após a menopausa.

    Inflamação crônica

    Aditivos presentes nos ultraprocessados podem alterar a microbiota intestinal e desregular o sistema imunológico.

    Formação de substâncias tóxicas

    Durante o processamento industrial, podem surgir compostos como acrilamida e nitrosaminas, reconhecidos como cancerígenos.

    Menor consumo de alimentos protetores

    Parágrafo: Ao ocupar espaço na dieta, os ultraprocessados reduzem a ingestão de frutas, verduras, legumes e grãos integrais, ricos em fibras, antioxidantes e fitoquímicos.

    Um estudo publicado no British Medical Journal (2018), com mais de 100 mil participantes, mostrou que um aumento de apenas 10% no consumo de ultraprocessados esteve associado a um risco 12% maior de câncer em geral e 11% maior de câncer de mama.

    Evidências científicas no Brasil e no mundo

    Pesquisas nacionais também reforçam essa relação. O padrão alimentar chamado “ocidental” — baseado em fast-food, refrigerantes, doces e industrializados — está associado a maior incidência de obesidade e câncer.

    Por outro lado, padrões alimentares mais naturais, ricos em frutas, verduras, legumes e grãos integrais, estão ligados a menor risco de doenças.

    Como reduzir o consumo de ultraprocessados na prática?

    A boa notícia é que mudanças simples já trazem benefícios:

    Recomendações práticas:

    • Priorize alimentos frescos e minimamente processados (frutas, verduras, legumes, feijões, ovos, carnes frescas). 
    • Prefira água, sucos naturais ou chás no lugar de refrigerantes. 
    • Troque biscoitos recheados por frutas frescas, secas ou oleaginosas. 
    • Planeje refeições em casa sempre que possível.

    Não é necessário abolir completamente os ultraprocessados. O problema está no consumo frequente e em grandes quantidades.

    Na prevenção e no cuidado oncológico, a alimentação é uma ferramenta essencial. Reduzir o consumo de ultraprocessados e valorizar alimentos naturais e variados ajuda a proteger o organismo, diminui o risco de câncer de mama e melhora a qualidade de vida em todas as fases.

    Escrito por Fernanda Bortolon – Nutricionista Oncológica

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