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    Um vídeo que está circulando nas redes sociais sobre “Crioablação no tratamento do câncer de mama” tem gerado inúmeras perguntas de pacientes. Então vamos esclarecer:

    – A principal dúvida é se essa técnica pode substituir os tratamentos convencionais do câncer de mama. A resposta é NÃO. A ideia que a crioablação evitaria mastectomias e quimioterapia é, no mínimo, equivocada.

    – A indicação de mastectomia é baseada na apresentação da doença e no perfil da paciente. As pacientes candidatas a esta técnica (crioablação) seriam na maioria esmagadora dos casos, candidatas à cirurgia conservadora. O vídeo parece querer demonstrar que se retira desnecessariamente a mama das pacientes, mesmo em casos iniciais. O diagnóstico precoce do câncer de mama permite a realização de cirurgias conservadoras, na maioria das vezes sem necessidade de hospitalização.

    – Cada vez mais o tratamento do câncer de mama é individualizado de acordo com as necessidades do paciente, além de multidisciplinar. Ele pode ser dividido em local (cirurgia, seguida ou não de radioterapia) e sistêmico (quimioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo). A indicação de quimioterapia não tem relação direta com o tratamento local, ela pode ser indicada tanto em casos de mastectomia como em casos de cirurgia conservadora. Para ser mais claro: a mastectomia não elimina a necessidade de quimioterapia.

    – O vídeo propõe uma técnica chamada crioterapia, que na verdade consiste na introdução de uma agulha resfriada dentro da mama onde está localizado o tumor, congelando-se o mesmo. Essa técnica vem sendo analisada em estudos, junto com outras formas chamadas de ablação de tumores, como a utilização de laser, de ultrassom de alta frequência e de ondas de alta frequência.

    – Todas essas técnicas têm sido testadas e, de uma maneira geral, apresentam uma eficácia de 75% para o controle das lesões de até 1cm e complicações em torno de 8%. A cirurgia do câncer de mama nessa mesma situação, de tumores de até 1cm, também aponta uma chance de cura, ou seja, uma eficácia no tratamento, de 95% a 98%, com taxas de complicação muito menores que 8%. Dessa forma, não é possível associar um único tratamento como mágico e revolucionário.

    – É importante frisar que todos esses tratamentos foram desenvolvidos em estudos baseados em forte evidência científica. Pode ser que, em um futuro próximo, a crioterapia e as técnicas de ablação de tumores percutâneas ganhem mais espaço, mas ainda é cedo para afirmar isso.

    Autores:
    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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