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    A investigação dos linfonodos axilares deve ser realizada rotineiramente em casos de tumor invasivo mamário. Isso porque a mama apresenta uma drenagem por um sistema canalicular denominado drenagem linfática, que ocorre nos linfonodos (ínguas), na maioria das vezes para os linfonodos axilares. É a principal forma de disseminação do câncer de mama e, infelizmente, os exames de imagem não apresentam precisão suficiente para garantir que, em casos de exames negativos, não há possibilidade de um linfonodo estar acometido pela doença.

    Importância da cirurgia axilar

    O estado (positivo ou negativo) dos linfonodos axilares representa um importante fator prognóstico nas pacientes com câncer de mama. As que tiverem linfonodo positivo tem um pior prognóstico. Quanto maior é o número de linfonodos acometidos e o tamanho da metástase (tecido tumoral presente no linfonodo), pior é o prognóstico. A decisão de terapias complementares, como quimioterapia e/ou radioterapia é bastante influenciada pelo estado dos linfonodos.

    Esvaziamento axilar

    A cirurgia que remove quase totalmente os linfonodos da axila é denominada esvaziamento axilar ou linfadenectomia axilar. Até o final da década de 90, era a única cirurgia realizada na axila. Devido ao grande percentual de pacientes que realizavam a cirurgia e não demonstravam linfonodos metastáticos, foi desenvolvida uma técnica com a intenção de avaliar a extensão da doença na axila, porém com menor agressividade cirúrgica e com intuito de diminuir o risco das complicações. Esta técnica é denominada biópsia do linfonodo sentinela.

    Biópsia do linfonodo sentinela

    A biópsia do linfonodo sentinela consiste na identificação do primeiro linfonodo da região axilar que recebe a drenagem linfática da mama. Ela pode ser realizada através da injeção de um corante azul no momento da cirurgia ou por meio da injeção de uma substância radioativa (Tecnécio 99) injetada algumas horas antes da cirurgia. O método radioativo exige a presença de uma sonda detectora de radiação na sala cirúrgica. Se o procedimento for realizado por mãos experientes, ambos os métodos são altamente eficazes. Em alguns casos pode ser necessário ou recomendado a utilização das duas técnicas. É importante ressaltar que o corante azulado pode acarretar alergia em algumas pacientes. A realização da biópsia do linfonodo sentinela pressupõe que a axila não apresente linfonodos suspeitos.

    Quando é necessário retirar todos os linfonodos?

    Atualmente a necessidade de esvaziamento axilar está restrita há alguns casos específicos. Com a evolução do tratamento complementar (quimioterapia e radioterapia), muitos casos que antigamente eram submetidos à cirurgia radical axilar, hoje podem evitar esta intervenção. Mesmo em pacientes que apresentam linfonodos clinicamente suspeitos ou até comprovadamente positivos, através de punção, existe a possibilidade de “poupar” a axila, caso realizem quimioterapia pré-operatória e obtenham uma grande resposta ao tratamento. Estes casos ainda são motivo de discussão na comunidade científica e o tratamento deve ser individualizado.

    A radioterapia axilar surgiu como um importante substituto da cirurgia em casos de pouca doença axilar detectada, sendo uma alternativa interessante.

    Complicações mais comuns da cirurgia axilar

    As complicações do esvaziamento axilar mais relevantes são: diminuição da sensibilidade da face interna, diminuição da mobilidade e inchaço (linfedema) do braço. A biópsia do linfonodo sentinela apresenta uma taxa bem menor destas complicações.

    Autores:
    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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