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    No dia 22 de Janeiro o Comitê Consultivo de Vacinação para Covid 19 do NCCN (National Comprehensive Cancer Network) publicou suas recomendações em relação a vacinação de pacientes com câncer nos Estados Unidos que são as seguintes:

    • Pacientes com câncer devem ser priorizados para vacinação (grupos 1b\c do CDC).
    • A imunização é recomendada para todos os pacientes em tratamento, com a ressalva de que existem dados limitados de segurança e eficácia.
    • As razões para retardar a aplicação da vacina são semelhantes ao público em geral (por exemplo, exposição recente a COVID-19), e fatores específicos do câncer. A vacinação deve ser adiada por pelo menos 3 meses após o transplante de medula ou terapia celular (por exemplo, produção de células CAR-T) para maximizar a eficácia da vacina.
    • Cuidadores, familiares e contatos próximos devem ser imunizados assim que possível.

    No caso do câncer de mama e outros tumores sólidos, a recomendação é para que se vacine assim que o imunizante esteja disponível mesmo para pacientes em tratamento quimioterápico, em tratamento com terapias alvo (ex: anti Her), inibidores de cíclicas ou mesmo radioterapia. Pacientes que se submeterão a cirurgia deverão separar a vacinação da data da cirurgia em alguns dias. Dessa forma caso ocorram sintomas (ex febre) eles podem ser atribuídos corretamente à cirurgia na ausência da vacinação que seria fator de confusão.

    No caso do tratamento com quimioterapia o comitê reconhece que granulocitopenia não afeta, por si só, significativamente a resposta imunológica à vacinação. Não existem dados e informações em relação ao momento da vacinação em relação aos dias de aplicação da quimioterapia. Portanto recomenda-se vacinar quando disponível.

    Tratamentos com regimes imunossupressores (por exemplo, corticosteroides sistêmicos) devem reduzir as respostas imunes à vacinação. O atraso da vacinação é recomendada até que a terapia imunossupressora seja reduzida e /ou baseada em a imunofenotipagem de células T e imunidade de células B.

    No caso de disponibilidade limitada de doses, a priorização se torna um grande desafio considerando a diversidade das situações dos pacientes em função de comorbidades, fatores demográficos e sociais e mortalidade. A alocação deve seguir os critérios das autoridades sanitárias locais. Alguns critérios que podem ser usados:

    Priorizar os pacientes com câncer ativo em tratamento (incluindo hematopoiético e terapia celular), aqueles planejados para iniciar o tratamento e aqueles imediatamente após o tratamento (<6 meses), exceto os que receberam apenas terapia hormonal.
    Considere fatores de risco adicionais e outros fatores ligados a complicações adversas do COVID19, incluindo, mas não se limitando a:
    Pacientes com idade avançada (por exemplo, ≥65 anos de idade)
    Pacientes com co-morbidades (por exemplo, doença pulmonar crônica, cardiovascular ou renal)
    Fatores sociais e demográficos que incluem pobreza, acesso limitado a cuidados de saúde e minorias sub-representadas

    As recomendações atuais de vacinas e diretrizes de priorização são preliminares e serão atualizadas regularmente com base em disponibilidade de novos dados. Dados sobre segurança e eficácia da vacinação em pacientes com câncer são ainda muito limitados neste momento.

    Em conclusão, as vacinas COVID-19 devem ser administradas a todos os pacientes com câncer, bem como aos contatos domiciliares e cuidadores à medida que se tornarem disponíveis. Reconhecendo que os dados clínicos disponíveis são limitados em pacientes com câncer, os indivíduos devem ser vacinados com o grupo de maior prioridade para o qual eles se qualificam. Finalmente, os dados dos ensaios de vacinas demonstraram que as vacinas diminuem a incidência da doença e complicações de COVID-19, mas não está claro se essas vacinas previnem a infecção e subsequente transmissão. Portanto, mesmo se vacinados, os pacientes e contatos próximos devem continuar a usar máscaras, manter as diretrizes de distanciamento social e seguir outras recomendações para prevenção da COVID-19.

    Autores:

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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