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    Uma característica dos diversos tipos de câncer é que os tumores têm o potencial de se disseminar pelas vias linfática ou sanguínea, acometendo outros órgãos e tecidos (metástases).

    Em muitos tumores, incluindo o câncer de mama, a disseminação por via linfática antecede a disseminação por via sanguínea e portanto, usualmente teremos 3 fases na evolução do câncer de mama:

    1. Na fase inicial, o tumor está restrito à mama (não ocorreu disseminação);
    2. Em uma fase intermediária ocorreu disseminação por via linfática com acometimento dos linfonodos (gânglios) regionais pelo tumor (mais frequentemente linfonodos axilares);
    3. Em fases mais avançadas, já ocorreu disseminação à distância, por via sanguínea e outros órgãos estão acometidos pelo tumor.

    Assim, para programação do tratamento do câncer de mama é essencial saber em qual dessas fases a doença se encontra. A biópsia do linfonodo sentinela durante a cirurgia permite estabelecer se já ocorreu disseminação para os linfonodos regionais.

    Como é realizada a pesquisa do linfonodo sentinela?

    O procedimento deve ser realizado algumas horas antes da cirurgia, no mesmo dia ou na véspera, o que for mais conveniente. Um pequeno volume de material radioativo é injetado na mama (anestesia local pode ser utilizada para reduzir a dor no momento da injeção). Esse material é constituído de pequenas partículas e vai progredir normalmente por drenagem linfática até a cadeia de linfonodos regional.

    Temos vários linfonodos ou gânglios que constituem as cadeias de drenagem das diversas partes do corpo. No caso das mamas, usualmente os linfonodos de drenagem localizam-se nas regiões axilares.

    O linfonodo sentinela é definido como o primeiro linfonodo da cadeia de drenagem e sua análise permite predizer o estado de toda a cadeia. Alguns minutos após a injeção, o linfonodo sentinela pode ser caracterizado em imagens específicas (cintilografia) que auxiliam na definição precisa de sua localização. Durante o procedimento cirúrgico, um detector portátil de radiação é utilizado para identificação do linfonodo sentinela que então é retirado para análise.

    Se não forem caracterizadas células tumorais no linfonodo sentinela, pode-se admitir com segurança que os demais linfonodos da cadeia também não estão comprometidos e, portanto, o tumor está restrito à mama. Caso sejam identificadas células tumorais no linfonodo sentinela, fica estabelecido que já ocorreu disseminação linfática e, portanto, o planejamento terapêutico deve ser ajustado considerando essa informação.

    Localização radioguiada de lesão oculta (ROLL)

    A localização de lesões ocultas ou não palpáveis pela Medicina Nuclear é frequentemente realizada em conjunto com a pesquisa do linfonodo sentinela. Em muitos casos, o tumor de mama não é palpável e sua identificação só é possível através dos exames de imagem. Nesses casos, algum método deve ser utilizado para possibilitar a localização do tumor durante a cirurgia.

    Na localização radioguiada de lesão oculta (ROLL), uma pequena quantidade de material radioativo é injetada diretamente na lesão, sob orientação da ultrassonografia ou mamografia. O mesmo detector utilizado na pesquisa do linfonodo sentinela é então utilizado durante a cirurgia, também para localização do tumor.

    Considerações técnicas sobre a pesquisa do linfonodo sentinela e ROLL

    Os exames não requerem preparo específico e não possuem contraindicações, podendo ser realizados até mesmo durante a gestação. Como os procedimentos são realizados em conjunto com a cirurgia, deve-se seguir as instruções de preparo necessárias para o ato operatório.

    Texto escrito por:

    Dr. Jairo Wagner
    Dr. Guilherme de Carvalho Campos Neto
    Dr. Ricardo Cavalcante Quartim Fonseca

    Médicos Nucleares do Serviço de Medicina Nuclear e Imagem Molecular do Hospital Israelita Albert Einstein

    Portal Câncer de Mama Brasil

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