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    Para uma mulher de 27 anos, descobrir um nódulo na primeira ecografia mamária que fez na vida foi um tanto surpreendente. Confirmar que o nódulo era maligno foi, sobretudo, uma revolução. Foram sete meses entre quimioterapia, cirurgia e radioterapia. Descobri um “novo mundo” médico, muitos termos, detalhes e também muitos medos. E esse mundo cheio de técnica foi também acolhedor. Nele encontrei profissionais dispostos a percorrerem comigo esse caminho, sem soltar as mãos. Ironia do destino ou não, foi em uma trilha realizada no Itaimbezinho, no período entre o diagnóstico e o início do tratamento, que eu me dei conta de que não tinha medo do câncer, mas não confiava em mim. Afinal, controlar o tumor dependia da medicina. Andar com confiança, para passar as pedras daquela trilha e as outras tantas que aparecem na vida, dependia única e exclusivamente de mim. E então tomei coragem para, nesse caminho tortuoso e desconhecido que estava logo ali na minha frente, me ouvir, me respeitar e acima de tudo, confiar. Certo dia me perguntaram qual palavra representava minha relação com o câncer e acho que não existe definição maior que a liberdade. Precisei desse terremoto biológico interno para sair da minha rotina trabalho-faculdade-festinhas no final de semana. Não nego que era seguro e dentro dessa segurança eu era também feliz. Mas partir do momento em que a consciência da finitude bateu na porta e eu a deixei entrar para ter uma conversa olho no olho, um mundo inteiro de possibilidades se abriu. Literalmente. Lugares que nunca imaginei visitar e pessoas incríveis que conheci nessas jornadas. Aceitação do meu corpo e de todos os seus “defeitos de fabricação”. Coragem para aprender sobre temas que sempre pensei que eram complexos demais para mim. Coragem para permitir errar. Reconhecer o limite. Respeitar o sentimento. Liberdade para ter o cabelo que eu quiser. Permitir estudar a finitude e os cuidados paliativos. Aproximar-se do mindfulness, do treinamento em compaixão, do budismo e de tantas outras coisas que agora fazem sentido pra mim. Cair e levantar, escolher e também desistir, com a certeza de que sou um ser em construção. E a certeza, principalmente, de que as realizações dessa liberdade só são possíveis graças a uma comunidade de incontáveis pessoas, conhecidas e desconhecidas. Meu câncer era triplo negativo “muito agressivo, mas reage bem à quimioterapia”, disse o médico. Parece que era toda essa agressividade que eu precisava mesmo. E que bela quimioterapia foi construída.

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
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    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
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