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    Ao receber o resultado de um exame, muitas pessoas têm o ímpeto de abrir o laudo para tentar “decifrar” as informações que estão ali. Os exames de imagem da mama (mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética) recebem uma classificação para facilitar a comunicação e padronizar os resultados: o sistema de padronização de laudos BI-RADS ® (Breast Imaging Report and Data System), do Colégio Americano de Radiologia. A classificação BI-RADS® 2 determina: achado(s) benigno(s). Este resultado significa que todos os achados identificados neste método de imagem foram classificados como benignos, ou seja, que não há a necessidade de investigação adicional das alterações relatadas.

    E o que são os resultados BI-RADS ® 2 em um exame de imagem da mama?

    Achados benignos, sem suspeita para câncer de mama. São exemplos: cistos simples, linfonodos intramamários, calcificações tipicamente benignas (p.ex. calcificações grosseiras, em vasos sanguíneos e na pele), nódulos sólidos regulares estáveis há 2-3 anos, cicatrizes pós cirúrgicas, próteses de silicone, entre outros.

    O resultado BI-RADS ® 2, significa que a pessoa não tem câncer na mama?

    Sim, na grande maioria dos casos significa que a pessoa não tem câncer de mama. Mas é preciso atenção às limitações de cada método diagnóstico.

    O termo BI-RADS® 2 significa que o exame empregado não identificou achados suspeitos para câncer de mama. No entanto, se há suspeita clínica de alguma alteração mamária que não foi elucidada pelo método usado, pode ser necessário aprofundamento com outros exames complementares. Por exemplo, em casos de nódulo/caroço palpável suspeito que não é evidenciado na mamografia e que pode ser investigado pela ultrassonografia complementar.

    Para que essa escolha seja feita de forma adequada, é muito importante a mulher ser avaliada clinicamente pelo seu médico, que deve orientar sobre as etapas a serem seguidas. Após fazer os exames solicitados, ela deve retornar ao médico para que ele possa avaliar os resultados dentro do contexto clínico e definir se há necessidade de outras etapas.

    O resultado do exame BI-RADS ® 2 é confiável?

    Sim, a maioria dos tumores malignos da mama são visíveis nos exames de imagem. Entretanto, vale salientar que há casos em que os achados podem ser mais nítidos em um método do que em outro. Por exemplo, um fator que pode limitar a identificação de tumores pela mamografia é a densidade mamária. As mulheres com mamas densas, isto é, com predomínio de glândula mamária em relação à gordura, podem ter os nódulos obscurecidos na mamografia. Neste contexto, a ultrassonografia e/ou a ressonância magnética aumentam a chance de detecção de algum eventual tumor.

    O resultado dos exames de mamografia e ultrassonografia é sempre igual?

    Os métodos têm diferentes capacidades para identificar alterações mamárias. As calcificações, por exemplo, são mais evidentes na mamografia, enquanto alguns nódulos são visíveis na ultrassonografia e não identificados pela mamografia.

    Desta forma, é possível que os resultados sejam diferentes e é importante que o achado mais suspeito seja considerado.

    São exemplos frequentes:

    1. Mulher com mamas densas que tem mamografia normal e, à ultrassonografia, é diagnosticado um pequeno nódulo. Neste caso, a conduta deve ser baseada no achado ultrassonográfico, a depender de suas características.
    2. Mulher com ultrassonografia normal e, na mamografia, são vistas calcificações agrupadas que podem necessitar de acompanhamento ou biópsia.

    Cada caso deve ser avaliado individualmente, mas, de modo geral, o fato de um método ser negativo não deve anular a indicação de seguimento ou biópsia dada pelo outro exame.

    Se a mamografia e a ultrassonografia tiverem resultado BI-RADS® 2, a mulher pode seguir sua rotina normal?

    Se foram realizados para rastreamento, ou seja, em mulher sem alteração na avaliação clínica, sim. Ela deve repetir periodicamente sua rotina conforme a idade e risco de desenvolver câncer de mama.

    Porém, quando há uma queixa (nódulo/caroço palpável, por exemplo), o exame de imagem será avaliado pelo médico responsável para determinar se é compatível com o quadro da paciente. Se a suspeita clínica permanece, podem ser necessárias novas abordagens, como outros exames complementares ou reavaliação em menor intervalo de tempo.

    A mulher deve ser ativa neste cuidado e estar atenta às suas mamas pois os tumores surgem ao longo do tempo, logo, é possível que algum tempo após ter realizado sua rotina e ter resultados normais, ela perceba um nódulo ou outra alteração nova na mama. Neste caso, deve ser reavaliada e, se necessário, repetir os exames. Embora raros, os chamados tumores de intervalo são aqueles que surgem palpáveis após exames de rastreamento normais e antes da data prevista dos próximos exames. São mais frequentes nas mamas densas e podem ter crescimento rápido.

    Conclusão

    Em resumo, a classificação BI-RADS® 2 em um exame de imagem da mama significa que aquele exame apresenta apenas achados benignos. No entanto, é importante salientar que os exames de imagem precisam sempre ser interpretados em conjunto com a avaliação clínica individual e, embora o sistema de padronização de laudos seja simples, existem particularidades que devem ser levadas em consideração para garantir um diagnóstico seguro. Mesmo resultados benignos devem ser interpretados pelo médico responsável, no contexto de cada indivíduo, para que seja definido se a investigação se encerra por ali ou se outros métodos podem ser necessários.

    Texto escrito por:

    Dr. Almir Galvão Vieira Bitencourt

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    Dra. Erika Marina Solla Negrão

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