Skip to main content
search

    Distorção arquitetural na mamografia é um achado radiológico de uma desorganização do parênquima mamário sem a presença de nódulo definido. Pode se manifestar como espículas que irradiam a partir de um centro ou como uma retração focal no limite entre o tecido fibroglandular e a gordura. Situação que causa, com alguma frequência, a reconvocação da paciente para imagens adicionais. É um achado que pode estar relacionado ao câncer de mama.

    Distorção arquitetural pode ser câncer de mama?

    A distorção arquitetural pode ser um sinal importante de malignidade, principalmente quando não existe uma história prévia de cirurgia, trauma, ou processo inflamatório na região do achado na mamografia. Mas, existem condições benignas que se manifestam como distorção na mamografia, como:

    • Sobreposição de tecidos mamários
    • Trauma
    • Alterações pós-cirúrgicas
    • Necrose gordurosa
    • Radioterapia
    • Cicatriz radiada
    • Processo inflamatório

    Como tornamos o diagnóstico mais preciso?

    Em primeiro lugar, um questionário bem preenchido pode ser extremamente útil ao médico radiologista que irá laudar a mamografia. As informações sobre biópsias ou cirurgias prévias (o local da mama que foram realizadas, o resultado anátomo-patológico), traumas, processos inflamatórios, são importantes para evitar algumas dúvidas diagnósticas.

    Além disso, a realização de imagens mamográficas complementares, com compressão localizada e ampliação, é muito importante para avaliar se aquela imagem é real ou apenas sobreposição de tecidos mamários.

    Devo fazer outros exames de imagem além da mamografia nesse caso?

    Algumas vezes, apenas a mamografia não é capaz de definir se a distorção arquitetural é suspeita ou não. Nesses casos, podemos lançar mão de outros exames de imagem.

    A ultrassonografia pode ser realizada complementar a mamografia, mas, em geral, ajuda pouco na decisão final. Uma ultrassonografia normal não descarta a existência da lesão; por outro lado, se a imagem é vista no ultrassom, ele pode direcionar a biópsia.

    A ressonância magnética pode ser um exame útil, principalmente nas pacientes que apresentam cirurgia conservadora para câncer de mama, onde existe dúvida se a distorção arquitetural é decorrente de cicatriz ou de recidiva tumoral.

    A distorção foi confirmada. O que fazer? Devo operar?

    Uma vez confirmada que a distorção é real, ela deve ser investigada.

    A biópsia de fragmento assistida a vácuo (mamotomia) pode ser indicada, lembrando que a coleta deve ser representativa (em torno de 12 fragmentos) e o resultado anátomo-patológico deve ser concordante com a imagem.

    A biópsia cirúrgica para retirada completa da lesão é recomendada em boa parte dos casos, pois é sabido que existe uma relação entre cicatriz radial, atipia e malignidade.

    Mensagem final

    Na ausência de: biópsia, cirurgia prévia, trauma, processo inflamatório; a distorção arquitetural deve ser considerada um sinal importante de malignidade. Sua investigação deve ser realizada, e, em muitos casos, a retirada completa da lesão com cirurgia é necessária.

    Texto escrito por:

    Dra. Amanda Neves Machado

    Médica Mastologista membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia
    [email protected]

    Instagram: @draamandamachado

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

    Close Menu