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    O que é a CAPECITABINA? Como ela funciona? Como ela é comercializada?
    A capecitabina pertence ao grupo de quimioterápicos antimetabólitos e tem a sua ação deflagrada a partir dos processos de quebra de sua estrutura e posterior conversão em 5-fluorouracil (5-FU), a sua forma ativa. Esse processo ocorre preferencialmente no tumor, minimizando a exposição de tecidos sadios a essa substância com propriedades citotóxicas. Após ser formado, o 5-FU age inibindo a síntese de DNA e RNA, com interferência negativa no ciclo celular, levando a morte das células tumorais. Tendo Xeloda como seu principal nome comercial (referência), a capecitabina é comercializada em comprimidos de 500 e 150 miligramas. As suas formulações genéricas também estão disponíveis nessas apresentações.

    Quais são as suas indicações no câncer de mama?
    Para pacientes com câncer de mama, a capecitabina pode ser indicada como estratégia de tratamento paliativo na doença avançada, isoladamente ou em combinação a outros agentes. Na doença não metastática (confinada na mama e gânglios regionais), deve ser utilizada como agente isolado em pacientes com subtipo triplo negativo (receptores de estrogênio, progesterona e HER2 negativos), que receberam quimioterapia pré-operatória (neoadjuvante), foram submetidas a tratamento cirúrgico e ainda apresentem câncer residual no material da cirurgia, o que deve sugerir ao menos algum grau de resistência ao tratamento quimioterápico administrado previamente. Em outras palavras, na doença não metastática triplo negativa, deve ser indicada para aquelas pacientes que não apresentem resposta patológica completa com o tratamento quimioterápico neoadjuvante.

    A CAPECITABINA é bem tolerada? Quais são os seus principais efeitos colaterais?
    A capecitabina foi desenvolvida para agregar os benefícios de eficácia do fluorouracil infusional, tendo perfil de toxicidade mais favorável e, graças a sua apresentação oral, conveniência para uso domiciliar. Dentre seus principais eventos adversos, destacam-se alterações no aparelho digestivo (diarreia, náuseas e vômitos), na pele (eritrodistesia palmo-plantar) e nas células do sangue (queda da contagem dos glóbulos vermelhos e brancos). Mais conhecida como síndrome mão-pé, a eritrodistesia palmo-plantar representa um conjunto de alterações cutâneas relativamente comuns em pacientes que fazem uso de capecitabina (e outros quimioterápicos), podendo envolver dormência, alterações da cor, descamação, edema, rachaduras e dor nas palmas das mãos e plantas dos pés. Na grande maioria das pacientes, esses eventos adversos ocorrem em grau leve a moderado, sendo muito bem conduzidos no manejo ambulatorial (uso de antidiarreicos, antieméticos, hidratantes, dentre outras medidas). Dependendo da intensidade dos efeitos colaterais, adiamento dos ciclos de tratamento e/ou reduções de dose da medicação podem ser indicados. Apesar da possiblidade de alopecia (queda do cabelo), esse é um evento incomum e pouco relevante com o uso da capecitabina.

    Conclusão.
    A capecitabina é, portanto, uma droga de grande utilidade em diferentes momentos do tratamento do câncer de mama, funcionando como boa opção paliativa no cenário da doença avançada e, para algumas pacientes, como parte da estratégia de intenção curativa na doença não metastática, valendo ressaltar a sua boa eficácia, tolerabilidade e comodidade do uso oral e domiciliar.


    Autor:

    Dr. Daniel Argolo, MD | CRM-BA 16993
    Oncologista clínico, chefe do serviço de oncologia mamária e diretor geral da CLION /Grupo CAM (Salvador, BA). Ex-fellow do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (Nova York, EUA).

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