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    História familiar de câncer de mama (HFCM) representa um risco adicional para as mulheres de desenvolver este tipo esta doença. Por isso, é necessário um cuidado especial em relação ao tipo de rastreamento. Quando iniciar, qual a frequência e que métodos utilizar, vai depender do gênero do familiar, grau de parentesco e idade do diagnóstico no familiar, bem como o número de familiares afetados que se enquadram nos critérios, conforme veremos a seguir.

    Qual o perfil dos familiares com câncer de mama que representam risco adicional?

    Basicamente, são parentes femininos de primeiro grau, que incluem mãe, irmã(s), filha(s), e de segundo grau, avó (s) e tia(s). Familiar do sexo masculino com diagnóstico de câncer de mama é sinal de alerta e indicação de aconselhamento genético. A idade do diagnóstico também pesa, sendo maior o peso quando ocorre antes da menopausa, particularmente antes dos 40 anos de idade, e, como citado anteriormente, quanto mais familiares que preenchem estes critérios são afetados, maior o risco. Por outro lado, é interessante observar que mulheres cuja mãe ou avó (materna) teve seu diagnóstico de câncer de mama na terceira idade (75 anos, por exemplo) podem não ser classificadas de maior risco em uma avaliação pelo seu médico ginecologista ou mastologista. Isto porque o câncer de mama (assim como muitas neoplasias malignas) tem como um dos principais fatores a idade avançada; em outras palavras, pode ser considerado “normal” ter câncer de mama na terceira (ou quarta) idade.

    Então, como deve ser o rastreamento em mulheres com HFCM?

    Basicamente, neste grupo especial de mulheres o rastreamento deve ser com mamografia anual, iniciando aos 35 anos, ou 10 anos antes da idade do diagnóstico na familiar afetada, mas nunca antes dos 30 anos (lembramos que na população geral, o rastreamento mamográfico deve iniciar aos 40 anos de idade).

    O rastreamento em mulheres com mutação genética patogênica será discutido em capítulo a parte.

    Nas mulheres com mamas densas, deve ser incluída a ecografia (ultrassonografia), e eventualmente a ressonância magnética em casos selecionados (múltiplos familiares com câncer de mama, somado a outros fatores de risco, como obesidade e nuliparidade).

    Afinal, o que são “mamas densas”?

    O termo “mama densa” não está relacionado a volume ou firmeza da mama, mas sim com a quantidade de tecido fibroglandular (TFG), ou proporção do mesmo em relação à gordura, que também faz parte natural da composição da mama. Quanto maior a proporção de TFG, mais densa é a mama. Este conceito surgiu com a disseminação da mamografia, cuja sensibilidade para detecção do câncer reduz quanto maior é a densidade.

    Existem quatro categorias de densidade mamária, sendo:

    1. quando a mama tem até 25% do seu volume composto por TFG
    2. quando este volume é de 25 a 50%,
    3. quando é de 50 a 75%,
    4. quando é acima de 75%.

    São consideradas “mamas densas” as dos tipos III e IV. Além disso, a alta proporção de TFG, por si, também é um fator de risco isolado para desenvolver câncer de mama

    Por esse motivo, mulheres que têm mamas densas devem incluir ultrassonografia ou ressonância magnética no seu rastreamento, pois a união de métodos de imagem potencializa a capacidade do médico radiologista em detectar o câncer precocemente.

    Conclusão

    Em resumo, mulheres com histórico familiar de câncer de mama devem adequar seu programa de rastreamento de acordo com os fatores que foram apresentados neste artigo, particularmente quais e quantos familiares tiveram câncer de mama.

    O ginecologista, o mastologista, o radiologista, o geneticista e o oncologista são os profissionais que têm todas as condições e ferramentas para desenhar o que é o melhor para cada paciente.

    O rastreamento do câncer de mama caminha a largos passos para a personalização, e continua sendo fator crucial para redução da mortalidade.

    Texto escrito por:

    Dr. Lucio de Carli

    Fellow no Serviço de Ressonância Magnética da Universidade da Pensilvânia (Filadélfia, EUA)
    Membro da Sociedade Européia de Radiologia (ESR)
    Gestor Médico dos Métodos de Mamografia e Densitometria Óssea do Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre/RS
    Preceptor da Residência em Radiologia pelo SIR / Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre/RS
    Coordenador do Programa de Especialização em Diagnóstico por Imagem da Mama no Hospital Mãe de Deus, Porto Alegre/RS
    Lattes: http://lattes.cnpq.br/3448172724994792
    e-mail: [email protected]

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