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    Quando se fala nas doenças da mama, inevitavelmente nos vêm à mente o câncer de mama. Por ser tão frequente e tão estudado, é um termo que sempre figura entre os mais procurados nos sites de busca e no interesse jornalístico. Entretanto, a grande maioria das lesões da mama é benigna, uma delas sendo o papiloma intraductal.

    O que é o papiloma intraductal?

    Estas lesões são proliferações do mesmo tipo de célula que origina o câncer, mas com características diferentes. Estão relacionadas sim, estatisticamente, a maior chance de ter câncer de mama, mas são em si lesões benignas.

    A mama tem sua função de produção do leite, e isso é feito através de um sistema complexo de ductos que se fundem progressivamente para desembocar no mamilo. Estes ductos são revestidos por células especializadas, as mesmas que, quando sofrem alterações genéticas diversas, dão origem ao câncer de mama. O câncer é inicialmente restrito a estes ductos, e posteriormente invadindo os tecidos ao seu redor (neste momento ele se torna, de fato, um câncer).
    O papiloma é uma proliferação benigna destas mesmas células, com um padrão de crescimento peculiar, assemelhando-se a uma árvore com diversos ramos. Nesta “árvore” os troncos são formados por colágeno e pelos vasos sanguíneos, e o revestimento, pelas células do ducto.

    Como os papilomas podem se apresentar?

    Os papilomas intraductais podem ter diversos tamanhos e, na maior parte das vezes, não causam sintomas. Quando causam, pode ocorrer saída de líquido ou sangue pelo mamilo. Se forem grandes, podem causar nódulo palpável. Num cenário em que as mulheres se mostram cada vez mais cuidadosas com as mamas e no qual exames de imagem para rastreamento do câncer são realizados com frequência, é comum que a paciente seja diagnosticada com papiloma após uma biópsia em função de uma alteração no exame de mamografia ou ultrassonografia.

    Como dito, feito o diagnóstico, deve-se ter em mente que é uma lesão benigna. Entretanto, a literatura estima que a presença de papilomas se relacione com um risco duas a três vezes maior de apresentar, ao longo da vida, o câncer de mama.

    No interior do papiloma podem ainda surgir outras alterações mais preocupantes, relacionadas à proliferação das células, as quais acabam por alterar o risco e o prognóstico. Como a biópsia é geralmente feita com agulha, dependendo do tamanho da lesão não se pode garantir que não haja lesões mais graves ocorrendo em conjunto ou no interior deste papiloma – o conceito de representatividade. Por este motivo, o médico vai pesar os diversos fatores envolvidos no caso da sua paciente, basicamente relacionados ao risco para câncer, condição clínica, idade e características da imagem, para decidir se tem uma conduta de observação e acompanhamento ou se opta por uma cirurgia para garantir que a lesão seja apenas um papiloma. Em termos gerais, após o diagnóstico de biópsia, na grande maioria dos casos, quando ressecado, se trata apenas de papiloma.

    Em síntese, se o seu laudo de patologia revelou o diagnóstico de papiloma, mantenha-se calma. Discuta o seu caso com seu médico para que seja tomada a melhor conduta para seu caso.

    Texto escrito por:

    Dr. Marcus Vinícius Nigro Corpa

    Médico Patologista
    Hospital Israelita Albert Einstein

    Portal Câncer de Mama Brasil

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