Pacientes com câncer de mama eventualmente precisam realizar exames para investigar se a doença se espalhou pelo corpo, produzindo as temidas metástases. Esses exames podem ser solicitados pelos médicos logo que se descobre a doença ou ao longo do tratamento. O PET-CT, também conhecido como PET scan, é um exame de imagem que serve justamente para isto. Ele é muito importante porque a presença de metástases muda completamente a estratégia de tratamento da doença.
Como funciona?
O PET-CT oncológico utiliza a FDG-18F, que é a glicose – um tipo de açúcar – marcada com uma partícula radioativa. Esse radiofármaco é injetado na veia da paciente, que permanece em repouso por uma hora. Logo após, a paciente é posicionada na sala de exames para fazer as imagens da cabeça até a raiz das coxas, o que leva uns 15 minutos. A FDG-18F é captada pelo tumor e suas metástases. É um exame seguro e não há efeitos adversos significativos.
Para que o exame dê resultados confiáveis, é necessário um preparo prévio:
- Jejum de pelo menos 6 horas
- Usar roupas leves, bem agasalhadas, sem metais
- Evitar se expor ao frio ou fazer exercícios físicos no dia do exame e na véspera
- Não estar grávida
- Suspender a amamentação por 24 horas após o exame
Quem precisa fazer esse exame?
Pacientes que acabaram de diagnosticar o câncer de mama.
Nem todas as pacientes precisam realizar o PET-CT. Quando o câncer está em estágios iniciais e a paciente assintomática, geralmente não há necessidade de fazer este exame pois a probabilidade de se encontrar metástases é muito baixa. Porém, quando o câncer é localmente avançado, estágio III ou do tipo carcinoma inflamatório, ele está indicado. Ele também é preconizado para pacientes com outros exames de imagem (tais como tomografia e cintilografia) com resultados inconclusivos, com marcadores tumorais altos ou com sintomas suspeitos, principalmente dor.
Pacientes que já trataram o câncer de mama.
Após o tratamento inicial, o câncer pode eventualmente voltar em 30 a 40% das pacientes. Quando o médico suspeita de recidiva, seja por alterações no exame físico, nos exames laboratoriais ou de imagem, o PET scan pode ser utilizado para detectar recidivas locais ou metástases.
Pacientes em tratamento para o câncer de mama.
Em alguns casos, antes de fazer o tratamento cirúrgico, as pacientes passam por uma quimioterapia para reduzir o tumor, conhecida como neoadjuvante. O PET/CT oncológico pode ser utilizado para determinar se a quimioterapia está de fato reduzindo o tumor.
Pacientes que possuem metástases e fazem tratamento com quimioterapia, hormonioterapia ou imunoterapia também podem utilizar o PET scan para determinar a resposta terapêutica, ou seja, se o tratamento está funcionando ou não.
Meu convênio cobre este exame?
O PET-CT é coberto pelas operadoras de saúde para o diagnóstico do câncer de mama metastático quando os exames de imagem convencionais apresentarem achados equívocos, conforme o Rol da ANS. Porém, não está disponível no SUS para este fim.
O que há de novo?
Em 2021 se tornou disponível no Brasil o PET-CT com FES –18F. Esse exame está indicado para detectar lesões com receptores de estrógeno em pacientes com câncer de mama metastático ou para estadiamento do carcinoma lobular invasivo.
Conclusões
O PET-CT oncológico é uma excelente ferramenta para detectar metástases, cuja presença muda completamente a estratégia de tratamento oncológico. Pacientes com câncer de mama podem fazer esse exame logo após o diagnóstico ou ao longo do tratamento. Em alguns casos, o PET-CT com FES-18F pode ajudar na detecção de metástases com receptores de estrógeno.
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Texto escrito por:
Dr. Dalton Alexandre dos Anjos
CRM 93856
Instagram: @dr.dalton.nuclear
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