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    O programa para descoberta de novos medicamentos contra o câncer do Instituto Nacional do Câncer dos EUA (NCI) foi o responsável pela descoberta e isolamento da molécula do paclitaxel. Sua atividade contra os tumores de mama e ovário chamou a atenção dos pesquisadores, mas a dificuldade em obter e diluir a substância em quantidades suficientes para produção de um medicamento em escala industrial fizeram que o uso terapêutico do Taxol fosse atrasado até a década de 90, quando a aprovação do paclitaxel foi seguida do uso de outros agentes semissintéticos da mesma classe como o docetaxel e o cabazitaxel.

    Seu mecanismo de ação envolve a estabilização dos microtúbulos de actina, estruturas importantes para a movimentação dos cromossomos e das organelas celulares na divisão celular. Expostas ao paclitaxel, as células tumorais perdem a sua capacidade de se dividir de maneira ordenada e morrem. Esse mecanismo atua em sinergia aos outros agentes quimioterápicos e terapias alvo quando a droga é usada em combinação.

    Os testes clínicos mostraram uma excelente atividade da droga que passou a ser incorporada nos protocolos de tratamento para os tumores de mama avançados ou metastáticos e em seguida, para doença inicial ou localizada como parte dos protocolos de tratamento neoadjuvantes e adjuvantes. Atualmente, em função de maior eficácia e segurança, tem sido dada preferência para o uso desta droga em intervalos semanais de aplicação. O paclitaxel também tem indicações aprovadas em tumores ginecológicos, gastrintestinais e pulmonares, entre outros sendo amplamente utilizado na oncologia contemporânea.

    Como todos os medicamentos oncológicos, o paclitaxel requer cuidados e atenção aos efeitos adversos, sejam de curto ou de longo prazo. Antes de sua infusão (pre-quimioterapia), são necessários medicamentos para prevenir reações de hipersensibilidade que podem incluir vermelhidão na pele, palpitações e falta de ar. Também nos dias seguintes a sua infusão, as pacientes podem sentir sintomas como dores musculares, diarréia e náuseas. Embora incomum, pode ocorrer a obstrução do canal lacrimal que pode provocar lacrimejamento excessivo em um ou ambos os olhos e deve ser reportado ao oncologista. Atenção especial deve ser dedicada a redução na contagem de células de defesa, o que pode deixar as pacientes vulneráveis a infecções. Caso a paciente tenha febre, no intervalo entre as sessões, deve comunicar imediatamente ao oncologista e procurar atendimento de emergência.

    Após algumas semanas de uso e num prazo mais longo podem surgir dormência e alterações de sensibilidade com um padrão simétrico nas mãos e nos pés (neuropatia periférica), efeito que pode ocorrer com todos os texanos e em alguns casos pode ser de difícil recuperação.

    Em resumo, o paclitaxel é uma droga essencial nos cuidados que uma paciente vai receber na sua jornada do combate ao câncer de mama. Muito eficaz e bem tolerado pela grande maioria das pacientes, esse medicamento traz ganhos de sobrevida e das taxas de cura sendo parte importante do arsenal terapêutico de combate à doença.


    Autor:

    • Dr. Markus Gifoni – MD. MSc. PhD. – CRM CE 7928
      Oncologista Clínico da Oncologia D’Or em fortaleza, Professor de Oncologia da Universidade Federal do Ceará
    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
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