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    O câncer de mama engloba diferentes tumores com características biológicas que conferem agressividades distintas. O tipo triplo negativo é um dos subtipos que apresenta, em geral, maior potencial agressivo. Há poucos anos, nós tínhamos apenas a quimioterapia convencional como medicamento eficaz para tratar esse grupo de tumores de mama. Entretanto, felizmente, estudos mais recentes revelaram algumas drogas com eficácia no tratamento dos tumores triplo negativos.

    No dia 10 de fevereiro, foram publicados os resultados do estudo Keynote 522 na revista New England Journal of Medicine. Nessa pesquisa, o medicamento Pembrolizumabe (Keytruda) (link para artigo) foi testado em comparação ao placebo para o tratamento tumores de mama triplo negativos em 1174 pacientes que apresentavam tumores de maior volume ou com axila positiva no momento do diagnóstico (estados II e III). A medicação ou o placebo foram aplicadas em 8 ciclos associados à quimioterapia antes da cirurgia (terapia neoadjuvante) e mais 9 ciclos após a cirurgia (adjuvante).

    Já havia sido previamente reportada pela farmacêutica Merck e publicada aqui no Câncer de Mama Brasil (link para o artigo) uma melhora significativa na taxa de resposta patológica completa (ausência de tumor invasivo no momento da cirurgia). Nesta publicação agora, são atualizados os resultados após 3 anos de seguimento das pacientes que revelam uma diferença de 7,7% na sobrevida livre de eventos em favor do grupo que usou o Pembrolizumabe associado a quimioterapia em comparação às pacientes que receberam o placebo e quimioterapia. Isso significa na realidade uma redução extra de 37% no risco de progressão da doença em comparação à quimioterapia convencional. Além disso, a taxa de efeitos colaterais foi considerada aceitável e dentro do esperado e se concentraram na fase neo-adjuvante do tratamento. Nenhuma ocorrência relevante com relação à segurança ou a efeitos colaterais foi observada neste estudo.

    O Pembrolizumabe (confira nosso artigo sobre Pembrolizumabe) é uma imunoterapia tipo anti-PD-1 que funciona aumentando a capacidade do sistema imunológico em detectar e combater as células tumorais, ativando assim os linfócitos T que podem destruí-las. Os resultados do Keynote 522 confirmam o benefício do Pembrolizumabe como mais uma importante arma terapêutica na luta contra o câncer de mama, em particular contra os tumores triplo negativos. Como em diversas oportunidades foram mencionados aqui no portal, os avanços que as pesquisas médicas têm proporcionado contribuem para o aumento do arsenal terapêutico e elevam consideravelmente as taxas de cura do câncer de mama.

    Texto escrito por:

    Dr. João Henrique Penna Reis

    Belo Horizonte/MG | CRM-MG: 24.791

    Dr. João Henrique é membro do Portal Câncer de Mama Brasil.
    Médico Mastologista Titular pela Sociedade Brasileira de Mastologia(SBM).
    É membro do GPM, Grupo de pesquisas em mastologia que atua em todo o Brasil.
    Atua na cidade de Belo Horizonte, MG.

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