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    Infelizmente, nesta semana tivemos um ponto negativo na luta contra o câncer de mama. Uma entrevista com o Sr. Lair Ribeiro circulou pelas redes sociais informando que:

    • a mamografia causa câncer de mama devido à radiação;
    • o intervalo ideal para a mamografia é 3 anos;
    • a maioria dos tumores mamários é detectada pela palpação;
    • as biópsias causam câncer através da migração de células tumorais (oncotaxia???)

    Diante disso, achamos importante pontuar informações corretas e comprovadas em pesquisas sérias realizadas por especialistas renomados para evitar que afirmações assim possam causar prejuízo à saúde da população.

    A mamografia tem como objetivo detectar precocemente o câncer de mama. Os tumores detectados pela mamografia são menores que aqueles descobertos pela palpação. E os tumores menores têm mais chances de cura, além de necessitar cirurgias menores e menos quantidade de quimioterapia.

    Existem no mundo países sem cobertura mamográfica. E, diferente das informações no vídeo, a taxa de mortalidade do câncer de mama é maior e a mastectomia é feita em quase todos os casos.

    A radiação da mamografia é 2,5 vezes maior do que uma radiografia de tórax e a dose total é insignificante em termos de risco para o câncer.

    Estudos feitos em mulheres que sobreviveram a acidentes ou explosões radioativas mostram que seria necessário que uma pessoa fizesse cerca de 5 mil mamografias para ter um pequeno aumento de câncer de mama.

    Os estudos realizados com mamografia mostraram que a realização periódica do exame reduziu a mortalidade do câncer de mama de 15% a 30%.

    A maioria das sociedades médicas e entidades governamentais dos países desenvolvidos preconizam que todas as mulheres entre 50 e 75 anos façam mamografia a cada 1 ou 2 anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que as mulheres brasileiras façam mamografia anual a partir dos 40 anos.

    A grande crítica que é feita ao rastreamento mamográfico é o fato do exame não ser totalmente preciso. Afinal, de cada 3 a 5 mulheres encaminhadas à biópsia, apenas 1 terá câncer de mama. Já as demais fazem o procedimento desnecessariamente.

    Outra crítica deve-se ao chamado overdiagnosis ou diagnóstico exagerado. Isto ocorre quando se detecta (e trata) um câncer de mama que nunca iria causar problemas ao longo da vida.

    Este conceito pode parecer estranho para muita gente que sempre ouviu que o câncer é letal. Mas, na verdade, existem tumores pouco agressivos e que só iriam causar a morte após 200 ou 300 anos de vida. O tratamento destes tumores não acrescentaria nenhum benefício e o tratamento pode deixar sequelas permanentes. Porém, não é possível ainda saber quais são estes casos.

    A afirmação de que a biópsia pode causar câncer é despropositada e não se confirma em nenhum estudo decente. A biópsia de mama, assim como qualquer punção com agulha, não aumenta os casos de câncer. Afinal, se isso fosse verdade existiria uma grande epidemia em locais de punção venosa para colher sangue, tais como o braço…

    Sabemos que o rastreamento mamográfico é limitado e apresenta risco de efeitos colaterais, porém não podemos negar que existe benefício no controle do câncer de mama. Afirmar o contrário, como foi feito, pode causar risco à população.

    Qualquer dúvida converse com o seu mastologista!

    Autores:

     

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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