Skip to main content
search

    Recebi o diagnóstico de CA de mama aos 35 anos e cerca de 28 semanas de gestação da minha segunda filha.
    Um “simples” exame de ultrassom, que levou à recomendação de uma biópsia, foi o suficiente para encontrá-lo.

    Nunca imaginei receber esse diagnóstico: muito menos tão nova e grávida. Por isso, não fui buscar o resultado da biópsia: estava muito ocupada me mudando de cidade e cuidando da gravidez.

    Contudo, outro fator me dava “tranquilidade”: meus exames estavam em dia. Anualmente, consultava meu médico e realizava todos os exames de rotina.

    Na ocasião, havia realizado uma US de mama 6 meses antes. Repetimos, mesmo grávida, para acompanhar os nódulos benignos que estavam crescidos e encontramos um nódulo pequenino que não existia e que apresentava características suspeitas.

    Era pequeno e estava numa posição pouco acessível, talvez eu demorasse muito para senti-lo apenas pelo autoexame. Por essa razão, é tão importante a prática do autoexame acompanhada dos exames solicitados por seu médico.

    Passado o susto do diagnóstico e as consequências que ele trouxe para a minha gestação (parto antecipado, impossibilidade de amamentação), acreditei que precisaria ir ao fundo do poço para depois começar a subir.

    Contudo, horas depois, percebi a grande chance que tinha em mãos: um diagnóstico precoce.
    Meu marido estava ao meu lado no momento da notícia, assim como nossa filha mais velha que na época tinha pouco mais de 4 anos. Não esquecerei nunca que quando disse a ele que precisava primeiro enlouquecer para depois começar o processo, carinhosamente ele me respondeu: “Você tem todo o direito do mundo de agir assim.

    Leve o tempo que for preciso. Somente tenha consciência de que a forma como você transmitir a notícia para as pessoas, será a forma como elas reagirão.” Ele tinha toda razão.

    Aqui, já comecei a entender que a forma como reagimos a algo que muitos julgam como “terrível”, que outros não ousam nem pronunciar, faz total diferença nessa caminhada.

    Contaria para as pessoas mais queridas e próximas, ao mesmo tempo que iria agendar consultas com os profissionais que meu médico havia indicado.

    Esperei o dia seguinte para digerir e poder conversar com aqueles que eu amava. Fui tomada por uma calma inexplicável e consegui dar a notícia para todos com tanta serenidade e lucidez que até hoje não acredito. E realmente a reação de quase todos (exceto meus pais e irmão por motivos óbvios foi muito melhor do que se podia esperar, o que me trouxe ainda mais calma, confiança e força.

    Consultei-me com alguns médicos, fiz um sem número de exames. E no meio disso tudo, “vigiava” a minha pequena que crescia forte e saudável no meio dessa loucura.

    Encontrei o médico que foi o ideal para mim. Esse é outro ponto importante: ter afinidade e confiança na equipe que vai cuidar de você. “Dr. Google” traz muitas informações, porém nem todas são aplicáveis ao seu caso. O médico que você escolher é a pessoa certa para responder suas dúvidas e guiar seu tratamento. Por isso, ousaria dizer que é preciso mais do que capacitação profissional (porque muitos são qualificados), é necessário que essa relação lhe deixe segura, confiante, otimista. Mesmo porque os encontros perdurarão por algum tempo em sua vida.

    Após todos os exames, optamos pela cirurgia de quadrante. Com 33 semanas de gestação, submeti-me ao procedimento. Contudo, após 4 horas de cirurgia e muitos cuidados comigo e com minha bebê, não obtivemos margens livres.

    Ainda na recuperação, meio tonta da anestesia, ouvi a notícia. Poderia ter procurado o fundo do poço, mas optei por enxergar o lado bom da coisa.

    Eu já tinha próteses de silicone e estava determinada a tirá-las, e possivelmente fazer mastectomia de forma preventiva. Teria que aguardar o nascimento da minha filha e iniciar o processo de exames etc para esses procedimentos. Também teria que arcar com essas cirurgias, principalmente o silicone, uma vez que planos de saúde não cobrem quando é simplesmente estético.

    Agora, é bem verdade, passaria por uma cirurgia muito maior e mais complexa. Contudo, seria atendida pela equipe que escolhi e os gastos seriam cobertos pelo meu plano.

    Minha filha nasceu de 37 semanas e já na maternidade comecei o uso do remédio necessário para “secar” o leite para a próxima cirurgia.

    Quando ela tinha pouco mais de um mês de vida, passei pela mastectomia. Confesso que o pós operatório é doloroso, mas eu já sabia. Meus médicos informaram tudo que aconteceria, como seria a recuperação, quais as dificuldades que enfrentaria. Também esclareceram todas as perguntas que surgiram no caminho. Por isso, valorizo tanto a empatia/afinidade quanto a capacidade.

    Não precisei de quimio nem de radioterapia. Passei a utilizar quimio oral e uma injeção que induziu a menopausa pelo período de utilização e por algum tempo após o fim do seu uso.

    Hoje, pouco mais de 4 anos do início do tratamento, continuo me cuidando. Consultas com os especialistas de acordo com a periodicidade determinada, exames de rotina quando solicitados, quimioterapia oral.

    Sigo com foco, força e fé, porque acredito que foram remédios essenciais nesse processo. Mantenho o otimismo e a esperança: tornaram a caminhada mais leve. Confio nos profissionais que me acompanham, afinal, eliminaram um diagnóstico negativo e me permitiram seguir em frente.

    Carrego cicatrizes e, talvez, se não fosse por elas e pela medicação diária, nem mesmo eu acreditasse que tudo isso realmente aconteceu.

    Olho para trás e vejo como nossas escolhas determinam o nosso futuro.

    Escolhi me cuidar e manter meus exames em dia. Como prêmio, “ganhei” um diagnóstico precoce que fez toda a diferença na minha cura.

    Optei por encarar o processo de modo otimista e fui agraciada com uma caminhada relativamente tranquila para um CA de mama.

    Se você também está passando por isso, acredite em mim: não “brigue” com o câncer. A medicina avançou e é fato que CA de mama tem cura.

    Use sua energia para manter o coração confiante, a mente tranquila e o espírito otimista. Você vai vencer. Assim como eu venci!

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

    Close Menu