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    Em abril de 2017, fiz meus exames de rotina, incluindo, a ultrassonografia da mama, como eu fazia todos os anos e tudo estava bem.

    No início do mês de agosto, senti um caroço na parte superior do meu seio direito, estranhei como não havia notado aquilo antes, e de imediato já pensei o pior. Contudo, como já tinha feito alguns exames a poucos meses atrás e pensava que ainda era nova para ter um câncer de mama, à época com 31 anos, achei que poderia não ser nada grave. Mesmo assim, resolvi ir atrás para checar – já que a palavra “câncer” não saía da minha cabeça – e já no dia seguinte, consegui passar em uma consulta com minha ginecologista, que prontamente já solicitou uma ultrassonografia da mama. Fiz o exame, foi solicitado uma biópsia e, já nesse momento, sabia que o pior estava por vir. A espera pelo resultado da biópsia foi tensa e já comecei a me preparar psicologicamente pela pior notícia.

    Nessa semana de espera já tinha pesquisado tudo sobre essa doença. Então, na tarde de 17 de agosto de 2017 – uma semana antes do meu aniversário – resolvi entrar no site do laboratório e verificar se o laudo já estava disponível ….e lá estava ele, meu presente de aniversário!!!

    Quando li a palavra “carcinoma invasivo” já sabia o que era. Fiquei sem reação e ao mesmo tempo desesperada! A primeira coisa que pensei foi “por que comigo?”, “por que vou morrer tão nova”?, “eu ainda não aproveitei a minha vida”, “não fiz nada de útil para o mundo”.

    Mas ao mesmo tempo em que fiquei atônita, no mesmo dia já fui atrás de um médico, e logo que ele viu os exames, ele pareceu mais desesperado que eu e me falou “você só tem uma chance”. Aquilo ficou martelando na minha cabeça. Saí de lá arrasada e pensei: é o fim, minha vida acaba assim! Não sabia nem como iria contar isso pra minha família. Parecia um pesadelo!

    Obviamente, fui atrás de outros médicos, fiz outros exames e nessa caminhada, entre noites em claro, insegurança e o medo de morrer, minha fé e minha esperança também foram aumentando, pois os médicos me diziam que havia tratamento para aquela doença. E a partir daí, passei a aceitá-la, decidi lutar e ter a certeza de que eu ficaria curada.

    Antes de começar a quimioterapia, os médicos me alertaram sobre a possibilidade do tratamento causar infertilidade e como ainda não tinha filhos, resolvi fazer a coleta e o congelamento de óvulos.

    Naquele momento, perder os cabelos era a menor das minhas preocupações. Quando falaram que eu teria que fazer a quimioterapia, eu só contava os dias para começar e exterminar de vez com aquele “monstro” de dentro de mim. Fui empolgada no cabeleireiro cortar o cabelo mais curtinho (já que na época tinha um cabelão) e depois da primeira sessão de quimio, quando os cabelos começaram a cair sem parar, já resolvi raspar de vez. Usei lenço por um tempo e também peruca. Fiz 6 sessões de quimioterapia. Minha mãe me acompanhou em todas as sessões, e em todas as idas era uma festa. Por incrível que pareça, eu adorava esses dias! Nesse período, fiz questão de manter minha rotina, tanto de trabalho quanto de lazer, pois não me sentia doente, ao contrário, me sentia cada vez mais viva. É claro que tinham dias que eu não ficava bem por efeito da quimio e alguns dias, a tristeza, o medo, a insegurança falavam mais alto. Mas isso era passageiro. Me desesperava, mas logo em seguida, orava e me reerguia, confiando que tudo daria certo. Então, passei a me questionar: “por que não comigo?”, passar por isso deve ter um propósito!

    Findo o tratamento quimioterápico, passei por cirurgia conservadora e depois por 18 sessões de radioterapia. Sigo com medicação oral e acompanhamento.

    Quando penso em tudo o que passei, parece que a ficha ainda não caiu! Nunca me senti doente ou vítima de alguma condição e até hoje acho que o laboratório errou no resultado do exame rsrs.

    Mas posso dizer que essa experiência foi incrível e me tornou outra pessoa.

    Por que comigo? Agora consigo entender perfeitamente que eu precisava desse “susto” para amadurecer, progredir como ser humano, valorizar a vida, desacelerar e, principalmente, me amar e saber me cuidar. Nossa saúde (física e mental) é nossa maior riqueza! Comecei a olhar o mundo de outro forma, mudei as crenças que me limitavam e renasci!

    Hoje, agradeço a Deus pela minha vida e pela oportunidade que ele me concedeu de recomeçar, de me curar, e de entender que não temos controle absoluto sobre tudo aquilo que acontece em nossas vidas, mas que podemos fazer escolhas e decidir como vamos enfrentar cada desafio que a vida nos apresenta!

    O que antes eu via como um castigo, hoje vejo como um grande aprendizado. Tudo passa e, com certeza, a vida ficou muito melhor!

    Portal Câncer de Mama Brasil

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