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    O que é o carcinoma invasivo de mama de subtipo luminal?

    O carcinoma invasivo de mama de subtipo luminal é um subtipo de câncer de mama que tem receptores hormonais de estrógeno e progesterona na superfície de suas células e não apresenta a proteína Her-2. Isto ajuda a avaliar a agressividade da doença e o tipo de tratamento necessário. O tratamento inclui o bloqueio hormonal e análise individualizada sobre a necessidade de quimioterapia.

    A análise molecular do câncer de mama permitiu dividir os tumores em quatro diferentes grupos, de acordo com o grau de agressividade: luminal A, luminal B, Her-2 e basal. Os tumores luminais A são os menos agressivos, seguidos pelos luminais B, depois pelos Her-2 e finalmente pelos tumores basais, o subtipo mais agressivo. Como a análise molecular não é facilmente acessível, a imunoistoquímica permite dividir os tumores de forma aproximada.

    Sendo assim, os tumores luminais A possuem elevados níveis de receptores hormonais (RE e RP), ausência de Her-2 e Ki-67 baixo. Já os tumores luminais B possuem receptores hormonais positivos, porém mais baixos, ausência de Her-2 e Ki-67 alto.
    Os tumores Her-2 possuem a proteína Her-2 positiva, independente do estado dos receptores hormonais ou do Ki-67.

    Já os tumores basais geralmente são conhecidos por triplo negativos, por não expressarem nem receptores hormonais ou Her-2. O Ki-67 geralmente é elevado.

    A classificação molecular baseada em imunoistoquímica está resumida na tabela abaixo:

     

     SUBTIPO

    RE RP HER-2 KI-67

    LUMINAL A 

    FORTEMENTE POSITIVO FORTEMENTE POSITIVO NEGATIVO BAIXO (< 10%)

    LUMINAL B 

    POSITIVO POSITIVO OU NEGATIVO NEGATIVO ALTO (> 10%)

    HER-2

    POSITIVO OU NEGATIVO POSITIVO OU NEGATIVO POSITIVO ALTO OU BAIXO
    BASAL / TRIPLO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO

    ALTO

     

    Como detectar o carcinoma invasivo de mama de subtipo luminal?

    Geralmente forma nódulos irregulares ou espiculados, porém pode se manifestar de outras formas, como microcalcificações irregulares (pleomórficas), assimetrias focais ou distorções arquiteturais.

    A forma de detecção ideal é aquela feita antes de qualquer sintoma, através da mamografia de rotina. Em raras ocasiões, existe a necessidade de exames complementares para a detecção, tais como ultrassom ou ressonância de mamas.

    O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, exame pouco agressivo que confirma a presença do tumor e ajuda a planejar o tratamento.

    Como tratar o carcinoma invasivo de mama de subtipo luminal?

    A cirurgia do carcinoma invasivo de tipo luminal consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. As margens livres são definidas pela presença de tecido saudável ao redor de todo o tumor retirado, demonstrando assim que toda a lesão foi retirada.

    Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.

    A mastectomia deve ser reservada para lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Em algumas situações de tumor grande, pode ser feito uso de medicações para diminuir o câncer e permitir a cirurgia conservadora de mama. Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.

    Além da cirurgia mamária é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).

    A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.

    O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?

    Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia e bloqueio hormonal) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.

    Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos os casos de quadrantectomia e alguns casos de mastectomia (tumores maiores ou mais agressivos).

    O bloqueio hormonal (ou terapia endócrina) é feito em praticamente todas as pacientes. A escolha do tipo de medicação depende principalmente se a mulher já entrou ou não na menopausa e algumas vezes da agressividade do tumor. A duração do tratamento varia de 5 a 10 anos, devendo ser individualizada.

    A maior dúvida é sobre o uso de quimioterapia. De modo geral, os tumores grandes ou com axila positiva sempre fazem este tratamento. Os tumores muito pequenos e sem gânglios comprometidos não precisam deste tratamento. Nos casos intermediários (tumores médios ou com pouca doença axilar) pode ser feito assinatura genética (p. ex.: Oncotype Dx™, Mammaprint™, Endopredict™, etc.) para ajudar a avaliar a necessidade de quimioterapia.

    Em resumo, as pessoas com carcinoma invasivo de tipo luminal detectados no início e com tratamento adequado tem chances de cura bastante elevadas, grandes chances de não necessitarem de quimioterapia e poucos efeitos colaterais do tratamento.

    Portal Câncer de Mama Brasil

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