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    O que é o carcinoma medular de mama?

    O carcinoma medular de mama é um tipo raro de carcinoma especial, com menos de 1% dos casos. Existem 3 tipos: clássico, atípico e o carcinoma com achados medulares. Geralmente ocorre próximo dos 50 anos. Apesar de imunoistoquímica desfavorável, estes tumores têm mais chance de cura que o carcinoma de tipo não especial (>98%).

    O carcinoma medular de mama apresenta células grandes, dispostas na forma de lençóis. O tumor geralmente apresenta-se como nódulo arredondado, podendo ser confundido alterações benignas.

    O carcinoma medular clássico de mama geralmente apresenta imunoistoquímica que seria considerada agressiva em outros tumores. Ausência de receptores hormonais (receptor de estrógeno e receptor de progesterona), ausência da proteína Her-2 e alto índice de proliferação celular (Ki-67). Este tumor tem maior relação com mutações de BRCA 1 que a média geral. O prognóstico do carcinoma medular clássico é semelhante ou melhor que o carcinoma de tipo não especial.

    Já os carcinomas medulares atípicos ou os carcinomas invasivos de tipo não especial com achados medulares tem perfil e evolução semelhante ao carcinoma invasivo de tipo não especial.

    Como detectar o carcinoma medular de mama?

    As imagens mamográficas mais frequentes são nódulos regulares e margens bem definidas. O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, de modo a confirmar a presença do tumor e planejar melhor o tratamento.

    Como tratar o carcinoma medular de mama?

    A cirurgia do carcinoma medular de mama consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.

    A mastectomia deve ser reservada para lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Em algumas situações de tumor grande, pode ser feito uso de medicações para diminuir o câncer e permitir a cirurgia conservadora de mama. Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.

    Além da cirurgia mamária é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).

    A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.

    O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?

    Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia, bloqueio hormonal ou terapia anti-Her-2) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.

    Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos os casos de quadrantectomia e raramente após a mastectomia. O bloqueio hormonal (ou hormonioterapia) é feito sempre que o tumor expressa receptores hormonais de estrógeno ou progesterona e a terapia anti-Her-2 na maioria dos casos com expressão desta proteína.

    O tratamento com quimioterapia tem indicações semelhantes ao carcinoma invasivo de tipo não especial. Em geral é reservado para os tumores maiores e mais agressivas. Paradoxalmente, os casos clássicos, apesar de perfil imunoistoquímico desfavorável, podem ter menos indicação de quimioterapia que os outros (atípico ou com achados medulares).

    As pessoas com carcinoma medular de mama que recebem tratamento adequado têm sobrevida semelhante (ou pouco superior) às mulheres com carcinoma invasivo de tipo não especial (> 95%).

    Portal Câncer de Mama Brasil

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