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    O que é o carcinoma lobular invasivo de mama?

    O carcinoma lobular invasivo é o segundo tipo mais comum de carcinoma de mama (cerca de 15% dos casos). As principais características são a baixa detecção mamográfica, a presença de vários focos e a resistência à quimioterapia. O tratamento é igual aos carcinomas não especiais, com chance de cura acima de 95%.

    O carcinoma lobular invasivo é constituído por massa tumoral mal delimitada, com células pequenas, coesas e parecidas entre si. A principal diferença com o carcinoma não especial é a ausência da expressão de E-CADERINA. Esta proteína é a responsável pelo arcabouço (estrutura) dos carcinomas. Outra característica deste tumor é que ele apresenta mais focos espalhados pelas mamas (multicentricidade) que o carcinoma não especial.

    O carcinoma lobular invasivo clássico geralmente apresenta positividade de receptores hormonais (receptor de estrógeno e receptor de progesterona), ausência da proteína Her-2 e baixo índice de proliferação celular (Ki-67). Este perfil é indicativo de tumor de bom prognóstico.

    Como detectar o carcinoma lobular invasivo?

    A falta de E-CADERINA prejudica o exame mamográfico, pois a maioria dos casos não forma nódulos ou calcificações. Por isto, muitas vezes o diagnóstico é feito somente pela palpação. As alterações mamográficas mais frequentes são a assimetria focal e a distorção arquitetural. Muitas vezes o tumor só é visto em exames de ultrassonografia ou ressonância de mamas.

    O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, exame pouco agressivo que confirma a presença do tumor e ajuda a planejar o tratamento.

    Como tratar o carcinoma lobular invasivo?

    A cirurgia do carcinoma lobular invasivo consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.

    A mastectomia deve ser reservada para lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Em algumas situações de tumor grande, pode ser feito uso de medicações para diminuir o câncer e permitir a cirurgia conservadora de mama. Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.

    Além da cirurgia mamária é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).

    A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.

    O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?

    Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia, bloqueio hormonal ou terapia anti-Her-2) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.

    Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos os casos de quadrantectomia e alguns casos de mastectomia (tumores mais agressivos). O bloqueio hormonal (ou hormonioterapia) é feito sempre que o tumor expressa receptores hormonais de estrógeno ou progesterona. A terapia anti-Her-2 deve ser feita quando existe expressão do Her-2, condição rara nesta doença.

    A necessidade de quimioterapia é discutível. A maior parte dos casos tem pouca resposta a este tratamento. O uso da quimioterapia geralmente é restrito aos tumores maiores ou com doença axilar e nas vezes que existe variação do padrão clássico.

    As pessoas com carcinoma lobular invasivo que recebem tratamento adequado têm sobrevida semelhante às mulheres carcinoma invasivo de tipo não especial, podendo checar a taxas de cura maiores que 95%.


    Autores:

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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