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    A hormonioterapia apresenta alguns efeitos colaterais. Em geral, os inibidores da aromatase (anastrozol, letrozol e exemestano) tendem a causar menos efeitos colaterais graves quando comparado ao tamoxifeno.

    Os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores de aromatase são rigidez ou dor nas articulações, problemas de coração, perda óssea (osteoporose) e mais fraturas do que o tamoxifeno, pelo menos nos primeiros anos de tratamento.

    Já os efeitos colaterais do tamoxifeno são fadiga, ondas de calor, suores noturnos, corrimento vaginal e mudanças de humor. O tamoxifeno também apresenta pequeno risco para fenômenos tromboembólicos (formação de coágulos sanguíneos (TVP – Trombose Venosa Profunda), derrame (AVC – Acidente Vascular Cerebral) e câncer endometrial, apesar destes eventos adversos também serem incomuns.

    A escolha do tratamento dependerá do perfil de risco de complicações de cada paciente. Por exemplo, mulheres com passado de TVP, ou que apresentam fatores de risco para tal, deverão evitar o tamoxifeno. Algumas vezes, a terapia será mudada, dependendo dos efeitos adversos de cada medicação, sem prejuízo ao tratamento.

    Vale salientar que, em geral, estas medicações têm um bom perfil de segurança e costumam ser bem toleradas. Portanto, a aderência ao tratamento é fundamental para o controle da doença. Uma conversa prévia com a paciente antes de iniciar a hormonioterapia diminuiria a ansiedade em relação aos efeitos colaterais. Algumas ações, como exercício físico e dieta adequada podem minimizar esses efeitos, especialmente aqueles relacionados a sintomas articulares.

    Outras medicações para hormonioterapia

    O tratamento hormonal do câncer de mama não se restringe ao câncer de mama inicial. Mulheres com doença avançada, ou metastática, também podem fazer a hormonioterapia, sendo o tratamento principal do câncer hormônio positivo avançado.

    Além das opções disponíveis no tratamento anti-hormonal do câncer de mama inicial, como o tamoxifeno e os inibidores de aromatase (anastrozol, letrozol e exemestano), existem outras drogas utilizadas no tratamento hormonal para doença avançada. Essas drogas tentam resgatar a sensibilidade dos tumores à hormonioterapia, já que muitas vezes ocorreu progressão da doença em vigência ou após o término da hormonioterapia.

    Assim como as medicações do câncer de mama inicial, essas drogas têm ações e efeitos colaterais distintos.

    O fulvestrando, por exemplo, atua no receptor hormonal nas células, “quebrando” o receptor e impedindo a atuação dos hormônios do corpo na célula cancerígena. Pode ser utilizado em primeira (terapia inicial após diagnóstico da metástase) ou linhas subsequentes (após falha da linhas anteriores) de tratamento hormonal, podendo ser associado à outra droga.

    O everolimus bloqueia uma via intracelular importante (Pi3k/mTOR) para progressão do câncer de mama, sendo geralmente utilizado associado a inibidor de aromatase (exemestano) no caso de câncer de mama metastático hormônio positivo. Apresenta alguns efeitos colaterais indesejados, como estomatite, que são pequenas lesões ou úlceras na cavidade oral.

    Recentemente, os inibidores das “ciclinas” (uma enzima importante do ciclo celular que age inibindo o ciclo celular das células do câncer de mama metastático hormônio positivo) surgiram após a apresentação de alguns estudos importantes. Estas drogas (Palbociclib, Ribociclib e Abemaciclib) tiveram grande impacto no tratamento hormonal da doença avançada, sendo a terapia de escolha da primeira linha, na maioria dos casos, quando tiver disponibilidade (drogas em processo de implementação no Brasil) deve ser utilizada associada a um inibidor de aromatase ou ao fulvestrando.

    Em relação aos efeitos colaterais, os inibidores das ciclinas parecem que são bem tolerados, sendo que alguns eventos adversos costumam amenizar após suspensão temporária ou entre ciclos de tratamento. A diminuição das células brancas do sangue (neutropenia), alteração do eletrocardiograma e efeitos gastrintestinais são exemplos e variam entre as drogas.

    Autores:

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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